Sérgio Moro e as implicações ao se tornar ministro da Justiça

Por Jacqueline do Prado Valles

As Eleições 2018 chegaram ao fim, mas o país segue vivendo um período conturbado e de polaridade após a escolha de Jair Bolsonaro para presidente. Uma de suas primeiras e controvérsias decisões foi a escolha de Sérgio Moro para o cargo de Ministro da Justiça, gerando um debate acalorado.

Não há nada, segundo a justiça, que o impeça de aceitar e exercer o cargo. O mínimo exigido é que ele respeite o prazo de 90 dias após pedir exoneração do cargo atual, o que já fez. O objetivo é seu desligamento completo de processos em andamento, antes de iniciar a nova função em janeiro.

Visto por muitos como herói nacional, o juiz iniciou a carreira aos 24 anos e foi reconhecido pelo combate à corrupção de colarinho branco no país, estando a frente de grandes operações nos últimos anos.

Entretanto, foi muito questionado se a decisão de aceitar o cargo no governo Bolsonaro seria ética, principalmente ao levar em conta seu envolvimento com a operação Lava Jato e a prisão do ex-presidente Lula.

O fato de Sérgio Moro ter participado de toda a investigação do concorrente do candidato que, hoje, o nomeia a um importante cargo no governo, deixou a população desconfiada.

Afinal, o juiz precisa ser extremamente imparcial e, ao notar atos que supostamente teriam sido feitos para favorecer alguém, se torna um juiz questionável.

Dois momentos são importantes para exemplificar a situação: em 2016, Sérgio Moro divulgou uma ligação entre Dilma e Lula, prova essa que não fazia parte julgamento, e acabou inflamando a questão do impeachment. A impressão que ficou é que seria um ato político enquanto magistrado.

Esse ano, quando Haddad encosta na concorrência com Bolsonaro, Moro retira o sigilo de trecho da delação premiada de Antonio Palocci, um depoimento sobre Lula. O processo já estava em andamento e a divulgação dessa informação soou, mais uma vez, como um ato político.

Ainda é cedo para afirmar qualquer coisa, visto que Sérgio Moro acabou de aceitar o cargo, que ocupa apenas em janeiro. Mas a ideia do poder judiciário sob qualquer influência é preocupante e instituições constitucionais em prol de uma ideia política é perigoso.

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